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Pesquisadora peruana fala sobre formação de educadores em tempos de pandemia

Marcela Brito (Cuiabá-MT)| Equipe da Cobertura Colaborativa dos Colóquios* A Formação dos docentes, pandemia e a atuação dos professores neste universo foram tratadas na manhã de sexta-feira (19), no último dia dos Colóquios. A palestra foi ministrada pela Dra. Maria Teresa Quiroz (Universidade de Lima, Peru), com a mediação da professora e idealizadora do evento, Ademilde Sartori (UDESC). O evento online dedicou um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do covid-19 com muita emoção e solidariedade. Logo no início da sua apresentação, a professora Teresa Quiroz observou que vivemos tempos de muita dor e que, apesar da pandemia ser um fenômeno global, que atinge todo o mundo, a forma como atinge as pessoas não é igual, os menos favorecidos são as maiores vítimas. Um panorama sobre a realidade dos docentes e dos estudantes do Peru foi apresentado com uso intensivo das tecnologias, a necessidade de um papel ativo das crianças e adolescentes. “ Falamos de educomunicação como processos que permitem formar cidadãos mais críticos” , afirma a professora ao avaliar a importância de ações na interface comunicação e educação. Dados divulgados pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) foram destacados durante a palestra como a intensificação dos usos de plataformas digitais para a Educação. No Peru, o uso do rádio foi a alternativa para chegar às regiões com mais dificuldade de comunicação, de acesso ao sinal de internet, onde os vulnerabilizados ficam à margem da transmissão de informações. “Os países da América Latina e do Caribe estão menos preparados para esta realidade da pandemia. Apesar da massificação da conectividade móvel ter aumentado, ainda é insuficiente”, pontua. Professores desvalorizados Ao fazer referência à prática docente no Peru, a desvalorização da profissão foi apontada, além de assumir o desafio de dar aula na pandemia. “Os professores assumiram a responsabilidade da educação sem estar preparados, foram obrigados a adaptar os processos de trabalho, trabalhar em más condições, são os verdadeiros heróis nessa realidade”, diz Quiroz. A pesquisadora enfatizou que a pandemia demonstrou que as tecnologias não democratizam, mas que aprofundam a desigualdade devido à falta de acesso. Ao citar uma pesquisa realizada com professores sobre a educação midiática, em 2019, disse que constatou-se que o conhecimento era desigual entre os professores, alguns tiveram formação e outros não, e que houve a implantação das tecnologias, mas não a formação para a cidadania digital. “Os professores sentiam o distanciamento entre eles e as crianças que, por serem de outra geração, sabiam mais que os professores sobre as tecnologias, já usam fora da sala de aula”. Entre os desafios apontados para a prática docente citados na palestra estão o problema na conectividade, escassez de recursos financeiros, infraestrutura insuficiente, deficiência administrativa, entre outros fatores que incidem na carência de formação docente. Trabalho colaborativo A questão da prática dos professores, na formação no Peru, não se limita ao uso das tecnologias, mas, aprender os relacionamentos de trocas, das relações, do trabalho colaborativo, de acordo com a Dra. Maria Teresa Quiroz. “Trabalho colaborativo supõe escutar o outro, como nos ensinou Paulo Freire, dialogar com os outros. Sermos capazes de sair de nós mesmos para escutar e construir algo que faz parte de uma equipe. Esse é o trabalho colaborativo que é um dos grandes temas que deve ser tratado com os professores e é a base da educomunicação” , finaliza a professora peruana. Quer rever esta e outras palestras dos Colóquios? Acesse o canal do Youtube Educom Floripa __________________________________________________________________________________ * Uma equipe com voluntários(as) de diversos lugares do país está contribuindo com a cobertura dos Colóquios de modo colaborativo. Críticas e sugestões podem ser feitas em coberturacolaborativaeducom@gmail.com

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