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Mesa-redonda sobre Cobertura Colaborativa de eventos online compartilha experiências

Sandra Mara Castro dos Santos (Curitiba/PR) com colaboração de Isabela Rosa da Silva (Florianópolis/SC)

Equipe da Cobertura Colaborativa dos Colóquios*


Na tarde de quinta-feira, dia 18 de março, foi realizada a “Mesa-redonda: Cobertura Colaborativa de eventos online: experiências áudio-scripto-visuais com Texto para Web, Design, Podcast e Vídeo”, atividade do VIII Colóquio de Educomunicação e IX Colóquio Catarinense de Educomunicação, sob a coordenação da educomunicadora Isabela Rosa da Silva. A equipe da Cobertura Colaborativa acompanhou a atividade para realização deste relato. Esperamos que tenham uma ótima leitura!


Como prática das demais atividades do evento, a transmissão se iniciou com um minuto de silêncio em respeito às milhares de vítimas da covid-19. Para Isabela, a realidade da pandemia perpassa por questões políticas e de criticidade, momento em que práticas educomunicativas são ainda mais necessárias. “Educomunicação envolve direitos humanos, leitura crítica, o respeito ao outro e a luta constante pela dignidade humana”, diz ao citar um dos lemas da Educomunicação, o “educom é amor e luta”, em sua fala de abertura.


Profissionais de diversas cidades integram a equipe da Cobertura Colaborativa

O objetivo principal da mesa-redonda, além de apresentar os processos de produção da proposta da Cobertura Colaborativa, foi o de compartilhar informações com o público para que, ao final, se sentissem capazes de organizar coberturas colaborativas on-line em diferentes realidades, seja na escola ou na comunidade. Para a equipe coordenadora, uma Cobertura Colaborativa é uma atividade que reúne pessoas trabalhando em parceria para cobrir um evento ou acontecimento, dentro de várias linguagens midiáticas. Como uma equipe de jornalismo, a equipe documenta e cria conteúdos de relevância.


Isabela explica que em uma Cobertura Colaborativa, ao mesmo tempo em que a equipe dialoga, decide, ensina, e aprende sobre as linguagens, cria os produtos com base nos conteúdos. Para ela, os desafios enfrentados foram o trabalho remoto nesse contexto global de pandemia - muitas pessoas deixaram a cobertura por questões de saúde ou trabalho; o cuidado com a comunicação - tanto envolvendo os meios digitais usados, quanto aspectos afetivos; e a equipe mista - coordenar pessoas de diferentes lugares e contextos.



Oficinas de formação e Núcleos de Produção


Para que a Cobertura Colaborativa fosse realizada, foi necessário uma etapa que antecedeu os Colóquios: as oficinas de vídeo, design, podcast e textos para web. Entendida como uma etapa de pré-produção, era necessário instrumentalizar as pessoas - todas voluntárias - e ensinar técnicas nas quatro linguagens. Com carga superior a 12 horas, qualquer pessoa acima de 18 anos poderia se inscrever para assistir às oficinas e, posteriormente, escolher quais núcleos de produção gostaria de atuar, conforme interesse e disponibilidade. Conheça abaixo um pouco mais sobre cada proposta de trabalho das oficinas e núcleos de produção.


Importância do pertencimento e pluralidade em tempos digitais


Um dos princípios norteadores para que uma cobertura seja, de fato, colaborativa, é a pluralidade de ideias e participação de pessoas diversas. Por isso a equipe organizadora quis trazer espaços de fala para a mesa-redonda, com depoimentos de integrantes da Cobertura Colaborativa, que nesta edição recebeu de 90 inscritos interessados nas oficinas, número que caiu ao final dos Colóquios, somente 13 pessoas continuaram na equipe.


Kátia Baeta é uma dessas 13 pessoas voluntárias que integram a equipe da Cobertura Colaborativa. Artista plástica e moradora de Joinville, Santa Catarina, Katia participou de quase todas as oficinas. Disse que tinha familiaridade com o tema, já que possui experiência com projetos de Educomunicação no projeto Babitonga Ativa, mas nada parecido com o que vivenciou nas duas semanas dos Colóquios. Destacou a organização do evento, com um ecossistema de comunicação muito organizado, a questão do afeto, do respeito com que o grupo foi tratado e concorda com a professora Olga quando diz que já fazíamos Educomunicação, mas não sabíamos conceituar. “E apesar do evento ser grandioso, com pesquisadores e uma grande quantidade de pessoas envolvidas, foi bom saber que estaríamos colaborando”, finaliza.


Já Paula Helena, de Rio Verde de Mato Grosso (MS), diz que foi a sua primeira participação em cobertura colaborativa. Ela trabalha na área de assistência social, participa de um grupo de educomunicação de profissionais atuantes na área, e que um dos colegas recomendou os Colóquios. Falou que a participação foi maravilhosa, que foram muitos desafios na oficina de podcasts, mas que desejava ter essa experiência completa: planejar, gravar, editar. Paula disse que foi desafiador perceber o quanto é difícil produzir um roteiro, fazer um podcast, um vídeo, um card, e que não é só um trabalhinho. “Os podcasts são mais complexos do que eu imaginava, eu avisei que escolhi o podcast pelas minhas dificuldades, pra me desafiar e foi muito bacana’, conta.


A sul-mato-grossense ressaltou a questão do acolhimento, da empatia, da compreensão, de que toda a equipe foi muito acolhedora e que isso passou uma sensação de fazer parte da equipe e motivou a ir além, que fez com que se sentisse parte do processo: “eu nunca vou esquecer, é possível sim, criar vínculos mesmo à distância", complementa.

Paula Helena, Katia, Leila e Mônica falam sobre suas experiências nos núcleos de produção

Outra participante que também elogiou o acolhimento do grupo foi Leila Gonçalves, professora, pesquisadora do grupo EducDigital (UNESC), em Criciúma (SC), e entusiasta de mídias digitais. Segundo ela, o que a incentivou a fazer parte foi a curiosidade, o interesse para ver como funciona, mas também poder partilhar, colaborar, sentir o acolhimento nesse momento em que estamos vivendo. Foi a primeira experiência em cobertura colaborativa, mas muito rica em aprendizagens, em trocas, divertida e agregadora. Afirmou que que ficou muito gratificada com o resultado das criações, “foi bom ver que não é só uma ‘artezinha’”. Que traz para sua vida essa formação com a cobertura e a ampliação de olhar. Disse que trabalha com formação de professores, ministra disciplinas voltadas ao uso das mídias, tem o olhar do design, mas na hora da educação para a comunicação percebeu que não usava com clareza, então trouxe isso para sua vida. “Gostei de produzir os cards, os carrosséis, das reuniões divertidas. Me acrescentou no sentido profissional e para a vida. Levo essa experiência do lado esquerdo do peito, guardada no coração”.


Por fim, Mônica Aquino relatou que é professora integradora de tecnologias do município de Joinville e tem como função trazer propostas tecnológicas para professores. Faz mestrado na área da Ciência, Matemática e Tecnologia, com projeto de Educomunicação para formação de professores. Entrou na cobertura para conhecer a proposta colaborativa e encontrou um ambiente receptivo, dando protagonismo para as criações. Ficou preocupada com a parte de vídeo por não saber se estava a altura, mas que João dizia, “vai que eu estou te acompanhando”. Destacou o suporte, que deu segurança. também ajudou no núcleo de design, fazendo os prints de tela, e que ficava feliz ao ver seu print em um card. Ressaltou que o João foi muito prestativo, ensinou, deu liberdade para a escolha da ferramenta. Disse que um verdadeiro ecossistema comunicativo foi criado na cobertura colaborativa e agradeceu a participação e ajuda de todos.


Encerramento Mesa-Redonda Cobertura Colaborativa


Ao final, Isabela convidou a todos para entrar nas redes sociais e ver o trabalho produzido pela equipe da Cobertura Colaborativa. Chamou a intérprete Stephany que parabenizou o grupo do evento e sugeriu, para a próxima cobertura colaborativa, a presença de especialistas na área da acessibilidade, audiodescritores, intérpretes que possam auxiliar a preparar materiais para pessoas que possuem baixa visão, cegueira ou sejam surdas, deixou a proposta e agradeceu a abertura para a fala.


Isabela agradeceu as considerações dizendo que são perfeitas e que falta aprofundamento em algumas questões. O esforço para tornar o evento mais acessível e inclusivo foi realizado por meio das traduções na Linguagem de Libras, das auto descrições de pessoas e locais e dos textos narrados em formato de podcast. João agradeceu a contribuição da Stephany, do Gilliard e dos demais intérpretes e disse que os Colóquios contemplaram alguns aspectos, mas ainda há ajustes a fazer e que acredita que a cobertura colaborativa pode ter muito a ganhar com a inclusão de pessoas que trabalham com acessibilidade.


A equipe da Cobertura Colaborativa respondeu algumas questões técnicas enviadas pelo público no chat, incentivando-o a experimentar as ferramentas para gravar, editar e publicar. Com relação à divulgação, disseram que é importante que não fique parada, muitas vezes há projetos incríveis limitados a uma bolha, então fica o desafio de pensar ações estratégias de divulgação para que todo mundo consiga ter acesso.


Ao final, Isabela citou novamente a filosofia arroz com feijão. A pandemia mexeu com as estruturas emocionais em dois sentidos, no sentido de conseguir fazer com o que temos de tecnologias, mas também saber como tratar o outro, como pensar novas formas de fortalecer a base do arroz com feijão, deixá-lo bem temperado, para que alimente a alma. A Coordenadora termina dizendo que foram duas semanas emocionantes e que foi possível criar afetos mesmo à distância. Precisamos ter o básico para construir, inventar e revolucionar. Agradeceu ao público e recomendou que curtam as redes sociais no Instagram, no YouTube, no Facebook, no Twitter, se inscrevam, comentem os conteúdos para tirar dúvidas, façam críticas.

“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

Na despedida, Olga apresenta um dizer de Graciliano Ramos “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer." e Mariana declamou “Quem nessa vida não teve medo da inovação, vai tudo se transformando numa bruta aceleração, é áudio, é vídeo, é foto, tudo pra aprender no ensino remoto, mas eu que não sou boba nada, vim aqui para aprender, com toda essa equipe linda, compartilhando junto nosso saber. Olê, olê olê / olê, olê, olá, vamos abrindo os caminhos, deixe a informação passar”.


Imagens retiradas da mesa-redonda

Quer ver na íntegra esta mesa? Acesse o Canal do Youtube do Educom Floripa. Os textos podem ser conferidos aqui mesmo, no Blog do Educom Floripa e as produções do Podcast podem ser ouvidas no perfil do EDUSOM no Anchor.

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* Uma equipe com voluntários(as) de diversos lugares do país está contribuindo com a cobertura dos Colóquios de modo colaborativo. Críticas e sugestões podem ser feitas em coberturacolaborativaeducom@gmail.com/

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