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Debate reforça a comunicação em rede, educom socioambiental e a importância dos vínculos afetivos

Marcela Brito (Cuiabá, MT)| Equipe da Cobertura Colaborativa dos Colóquios* Em um clima de empatia, envolvimento e emoção, o debate que abriu o sexto dia dos Colóquios abordou o tema Comunicação estratégica em rede: a importância da comunicação online na sensibilização socioambiental. O evento ocorreu nesta quarta-feira (17) e contou com a moderação do Dr. Leopoldo Cavaleri Gerhardinger (Painel Mar) e a participação da jornalista Naira Albuquerque (UNIVILLE), e as professoras Marta Cremer (UNIVILLE) e Ma. Patrícia Zimermann (ECA/USP). Como de costume, o evento homenageou as vítimas da Covid-19 com um minuto de silêncio e, ao iniciar as falas, os participantes realizaram a autodescrição. A definição de comunicação já foi, logo de início, apresentada pela jornalista Naira Albuquerque , que motivou a reflexão sobre a importância de comunicar, ato que vem desde o nascimento. Destacou que o processo educacional é um processo de criar corpo no mundo”. O poder ideológico da comunicação também foi citado e como o ato de comunicar é um lugar de encontros. A professora Marta Cremer (UNIVILLE) trouxe o contraponto da comunicação, ou seja, o entrave da não comunicação entre a academia e as pesquisas com a sociedade. De acordo com a pesquisadora, observou-se que a comunicação ocorria somente entre os que estão no universo acadêmico, com produção de artigos científicos, em um ambiente restrito, o que demonstra um desencontro entre o que a comunicação possibilita e o que deveria ser comunicado para todos, segundo a professora. “A pandemia acentuou este distanciamento entre a ciência e a sociedade, o que gerou dúvidas sobre a academia, nossa comunicação ficou muito restrita aos nossos pares”, avalia Cremer. Outro ponto citado foi a espetacularização da notícia que favorece uma imprensa sensacionalista. Esta prática feita pela imprensa tradicional já chegou de inibi-la a dar entrevistas com receio de ter suas informações distorcidas. Toninhas - Foi neste contexto de comunicação e as limitações da academia em divulgar suas ações que a perspectiva educomunicativa foi adotada para socializar com a comunidade o Projeto Toninhas , que já soma mais de 10 anos de pesquisa na Baía Babitonga, região norte de Santa Catarina. Entre os objetivos está divulgar a toninha (uma espécie de golfinho), seu o risco de extinção e trabalhar no tripé pesquisa – educação ambiental – incentivo às políticas públicas. O projeto foi balizado pela educomunicação como forma de superar os abismos comunicacionais apontados pela jornalista e pesquisadora Naira Albuquerque, da UNIVILLE. “Através da comunicação conseguimos auxiliar no processo social, fortalecendo a cidadania ao ponto que a gente desenvolve seres mais críticos, que vão estar aptos a cobrar de uma forma mais efetiva a proteção do seu meio e a defesa dos seus direitos”. Entre as atividades educomunicativas realizadas pelo projeto Toninhas estão uma série de vídeos “Descomplicando a Ciência” , disponível no Youtube, a produção de uma livro paradidático “As aventuras da toninha Babi” , que também resultou em animação transmídia com o mesmo título. Também foram produzidos jogos virtuais “Toninha’s Adventure” e “Toninha’s Life” . O projeto por alguns anos teve o apoio da Petrobrás. Babitonga – O segundo momento do debate contou com a professora da Universidade de São Paulo, Patrícia Zimermann (ECA/USP), apresentou suas ações na área da educomunicação como formação de docentes, cursos a distância e sua pesquisa relacionada às políticas públicas em diversos espaços comunicativos. Com o tema “Educomunicação socioambiental como política pública: a mobilização cidadã no ecossistema Babitonga” , a pesquisadora relacionou o conceito educomunicação incorporado nas diretrizes do Programa Nacional de educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente e os projetos como “Babitonga Ativa”. A professora Patrícia Zimermann apresentou sua trajetória desde que teve o conhecimento do termo educomunicação, o contato com o professor referência em neste assunto no Brasil, Ismar Oliveira Soares, até a sua inserção no curso de Educomunicação da USP e sua atuação com proposições de políticas públicas. Outros destaques apontados foram as experiências com alunos de graduação do curso Políticas Públicas, da USP, durante este período da pandemia (2021 e 2021) e o desenvolvimento do curso no formato EAD para o Programa Horizonte Oceânico Brasileiro (HOB) em 2020, para o Painel Mar , com o tema “Educomunicação socioambiental". A formação foi organizada e ministrada pela Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom). “A comunicação e a educação precisam pensar que em uma sala de aula a gente forma vínculos e laços. A empatia é importante” , pontuou Zimermann que encerrou sua fala com uma reflexão do filósofo chinês, Confúcio: “Diga-me e eu esquecerei. Mostre-me e eu lembrarei. Envolva-me e eu entenderei”. A ideia foi motivar os participantes do debate a elencar os motivos de atuar nesta interface da comunicação e educação. O debate seguiu com questionamentos dos internautas e as contribuições das debatedoras. Para finalizar, o moderador Leopoldo Cavaleri Gerhardinger (PainelMar) reforçou a importância da educomunicação socioambiental, da superação dos desafios, das trocas de energias e sintonizar com pessoas que seguem o caminho da comunicação em redes socioambientais. Acesse o canal do Educom Floripa no Youtube e veja este debate. __________________________________________________________________________________ * Uma equipe com voluntários(as) de diversos lugares do país está contribuindo com a cobertura dos Colóquios de modo colaborativo. Críticas e sugestões podem ser feitas em coberturacolaborativaeducom@gmail.com

Debate reforça a comunicação em rede, educom socioambiental e a importância dos vínculos afetivos
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